Dificuldades ditam fim da Rádio Campo Maior
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Sendo esta uma rádio de inspiração católica, e de acordo com a provedora da Misericórdia de Campo Maior, Rosa Maria Pinheiro, é uma resposta que presta apoio de uma forma diferente dos habituais equipamentos que estas instituições têm a seu cargo. “Se considerarmos que há pessoas a viver sozinhas, ou que por algum motivo têm pouca mobilidade, percebemos que a Rádio Campo Maior tem um papel importante, pois não só é uma companhia para estas pessoas como também é uma forma de elas se ligarem ao mundo exterior”, explica a provedora.
Ao longo de cerca de oito anos, a Rádio Campo Maior cumpriu o que estava estabelecido no acordo com o IEFP e foi acolhendo pessoas, no entanto ao terminar o prazo do acordo estabelecido, a instituição sentiu necessidade de fazer uma reformulação e actualmente emprega dois jornalistas. No entanto, e apesar do esforço feito no sentido de a manter, a Misericórdia viu-se confrontada com dificuldades económicas. Embora seja uma rádio que está localizada num concelho com algum tecido empresarial, não foi nada fácil encontrar apoios publicitários, como nos relata a provedora. Uma situação que se agravou com a crise e o facto de os empresários investirem cada vez menos em publicidade.
“A Rádio Campo Maior tem tido praticamente todos os anos prejuízo avultados”, lamenta, revelando que esse foi o principal motivo que levou a Misericórdia a tomar a decisão de vender a frequência. Rosa Maria Pinheiro não esconde que “este projecto nunca foi prioridade da actual Mesa”, mas mesmo assim não deixa de lamentar o desfecho que vai ter, pois como nos confessou, “só fazia sentido manter a Rádio se esta fosse uma resposta prioritária. Não o sendo, e face aos custos que representa, tivemos que encontrar uma solução”, esclarece. Nesse sentido, a instituição procurou algum interessado na compra e recentemente conseguiu chegar a acordo com a NFM, uma rádio do Norte que estava à procura de frequências nesta região, que adquiriu também o emissor de Ponte de Sor. “A Rádio Campo Maior vai continuar até Fevereiro de 2012, e só depois se vai passar a chamar Rádio NFM Alentejo”, avança a provedora. Para Rosa Maria Pinheiro, o que mais a entristece é ter que despedir os dois funcionários, mas mostra-se convicta de que se trata de um projecto que “não é viável”. “Nem todas as pessoas de Campo Maior compreendem esta nossa decisão, mas eu acredito que é o melhor que temos a fazer. Lamento bastante pelos funcionários, mas penso que eles já o esperavam”, refere. Entende Rosa Maria Pinheiro que, sendo a Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior uma instituição de solidariedade social, que integra diversas respostas sociais, é necessário dar prioridade aos projectos desta área, que no caso destaMesa são projecto imprescindíveis “no apoio às crianças, jovens e idosos”, sublinha, afirmando por fim a sua certeza de que “não dá mesmopara continuar com este projecto”.
Jornal Voz das Misericórdias
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